Margaret Lindquist | Estrategista de Conteúdo | 6 de novembro de 2023
Em quase todos os tipos de negócios em todo o mundo, as pessoas responsáveis por gerenciar a cadeia de suprimentos ficaram em evidência em meio à escassez de produtos, incerteza econômica, mudanças nas demandas dos clientes e novas regulamentações governamentais em relação à sustentabilidade da cadeia de suprimentos e direitos humanos. Não basta que as empresas tenham visibilidade do que seus fornecedores e clientes estão fazendo. Hoje, elas precisam de uma visão estendida e em tempo real dos fornecedores e clientes de seus fornecedores.
À medida que os CIOs buscam atualizar, até mesmo reformular, os sistemas de gerenciamento da cadeia de suprimentos (SCM) das empresas nesse ambiente dinâmico, suas principais prioridades são aumentar o acesso aos dados, usar a análise de dados para melhorar o processo de planejamento, aumentar a capacidade da cadeia de suprimentos e acelerar a entrega de mercadorias, de acordo com uma pesquisa das empresas de análise IDG e GEP.
Uma pesquisa de Transporte e Logística do Centro do MIT descobriu que essa transformação digital da cadeia de suprimentos pode reduzir os custos do processo pela metade e aumentar a receita em 20%.
A transformação digital envolve a integração de tecnologias digitais em todos os aspectos de uma empresa para melhorar a forma como ela opera e entrega valor aos clientes. Inclui a adoção de aplicações que automatizam os processos de contratação, contabilidade e cadeia de suprimentos, análise avançada de dados que revelam comportamentos e tendências de clientes e fornecedores e tecnologias de ponta, como a Internet das Coisas (IoT), inteligência artificial e robótica.
Por exemplo, uma empresa de manufatura que está passando por uma transformação digital pode começar abandonando as planilhas do Excel e a entrada manual de dados e adotando um sistema financeiro baseado na nuvem. Depois, ela pode pode começar a explorar sistemas de análise que derivam insights de dados coletados no chão de fábrica e em toda a cadeia de suprimentos para melhorar os processos.
No entanto, a transformação digital não se trata apenas de adquirir e integrar novas tecnologias. Também envolve uma mudança de cultura que requer que os líderes corporativos avaliem todos os aspectos da empresa, incluindo as pessoas que contratam, os mercados para os quais vendem e seus relacionamentos com fornecedores e clientes. Um total de 93% das organizações que participaram da pesquisa de 2023 pela unidade Foundry da IDG disse que adotou ou planejou adotar uma estratégia que priorizasse o digital.
A transformação digital da cadeia de suprimentos é o processo de implementar ferramentas, tecnologias e estratégias digitais para melhorar a eficiência e otimizar todo o ecossistema da cadeia de suprimentos. O objetivo do gerenciamento da cadeia de suprimentos (SCM) é gerenciar o fluxo de ativos, desde o fornecimento de matérias-primas até a distribuição de produtos finais aos clientes, da maneira mais eficiente possível. Para transformar digitalmente uma cadeia de suprimentos, as empresas precisam deixar de lado o conceito de cadeia linear e adotar uma abordagem em rede.
A transformação digital permite que os fabricantes coletem, compartilhem e analisem dados da cadeia de suprimentos em todas as etapas – incluindo planejamento de demanda, gerenciamento de ativos, gerenciamento de depósito, gerenciamento de transporte e logística, compras e atendimento de pedidos – para obter visibilidade em tempo real. No entanto, para colher todos os benefícios da nova tecnologia, os fabricantes devem garantir que os funcionários estejam confortáveis com a implementação e o uso dos sistemas mais recentes da cadeia de suprimentos, o que pode significar recrutar novos talentos e capacitar membros da equipe com menos conhecimento digital.
Quase todos os fabricantes têm uma mistura de sistemas e processos legados e novos projetados para automatizar e conectar todas as partes de uma operação de manufatura. Enquanto antes os fabricantes utilizavam principalmente processos manuais (e tinham uma visão restrita das atividades dos fornecedores, parceiros, clientes e funcionários), agora eles estão automatizando processos e substituindo sistemas legados por soluções baseadas em nuvem. Essas soluções integram SCM, finanças, manufatura e RH e coletam dados para conectar todas as partes interessadas. Confira o que está substituindo as cadeias de suprimento do passado.
Cadeias de suprimento do passado | Cadeias de suprimento modernas | |
---|---|---|
Tecnologia | Uma combinação de papel e planilhas, gerenciamento de estoque legado e softwares de previsão – e telefones! | Sistemas de SCM baseados em nuvem integrados a serviços de finanças, manufatura e até mesmo nuvem de RH, com recursos de comunicação de baixo custo que mantêm todo mundo conectado em todas as etapas da cadeia de suprimentos. |
Escopo | Pequenas, principalmente regionais, algumas nacionais. Internacionais apenas para produtos e matérias-primas que podem ser obtidos com maior qualidade ou menor custo. | Multinacionais, mas equilibrando parcerias globais com a necessidade de diversos parceiros de diferentes regiões geográficas para garantir a redundância. |
Pessoas | Gerenciamento de processos manuais, com poucas informações sobre possíveis interrupções na cadeia de suprimentos. | Visão completa das necessidades de cada parte interessada, de partes interessadas internas que gerenciam o chão de fábrica a fornecedores e clientes externos. |
Resultados | Prontas para aproveitar os avanços tecnológicos em transporte, comunicação e planejamento. | Utiliza os mais recentes avanços em IoT, IA e robótica para lidar com ambientes de negociação voláteis e em constante mudança e contribuir para um futuro mais sustentável. |
Principais conclusões
Embora as cadeias de suprimentos convencionais permitam que os gerentes de logística planejem e reajam, as cadeias de suprimentos transformadas digitalmente facilitam a previsão da demanda, identificam problemas da cadeia de suprimentos, reduzem os lead times e agem para evitar lentidões. O objetivo é garantir a entrega no prazo, melhorar o atendimento ao cliente e reduzir custos por meio de melhor eficiência, visibilidade e colaboração. Os fabricantes que se comprometem com a transformação digital da cadeia de suprimentos precisam adotar uma abordagem dividida em três partes: avaliar e, se necessário, reorganizar a equipe de planejamento, centralizar recursos de análise e contratar ou requalificar talentos para os novos empregos criados pela mudança para uma cadeia de suprimentos digital.
A primeira prioridade para qualquer plano de transformação digital é aumentar a visibilidade da cadeia de suprimentos. Fazer isso revelará os elementos da cadeia de suprimentos atual que mais se beneficiarão das melhorias tecnológicas e de processos. Por exemplo, a implementação de sistemas de acompanhamento e monitoramento em tempo real fornece visibilidade da movimentação de mercadorias, enquanto os dispositivos de IoT coletam dados sobre níveis de estoque, temperatura e outros parâmetros relevantes. Com as aplicações de previsão e planejamento de demanda, os planejadores podem analisar dados históricos e de vendas em tempo real e alinhá-los aos dados sobre tendências de mercado, preferências do cliente e outros fatores. O software de otimização de rotas ajuda os embarcadores a reduzir os custos de transporte e melhorar os tempos de entrega.
Os líderes da empresa precisam definir seus objetivos gerais para a transformação e priorizar as tecnologias e processos mais relevantes para esses objetivos. Começar com projetos piloto reduz o risco e oferece oportunidades para iniciativas de gerenciamento de mudanças em pequena escala, permitindo que os funcionários aprendam e experimentem as novas tecnologias que eventualmente se tornarão parte importante de suas vidas profissionais.
Os fabricantes que procuram transformar digitalmente suas cadeias de suprimentos precisam estabelecer várias metas no início e priorizá-las com base em quais podem ser mais facilmente alcançadas e quais podem precisar esperar até que os avanços tecnológicos as tornem mais viáveis. As aplicações da cadeia de suprimentos baseadas em nuvem estão melhorando constantemente, portanto, as mudanças de processo que parecem fora de alcance hoje podem ser alcançáveis em um ou dois anos. Estes são os quatro objetivos mais importantes:
• Melhorar a visibilidade para que as partes interessadas possam acompanhar produtos, ativos, estoques e recursos em toda a cadeia de suprimentos e obter dados precisos e em tempo real sobre a demanda do cliente.
• Melhorar a eficiência automatizando ou eliminando processos manuais e consolidando outros.
• Reduzir os lead times aumentando o rendimento da produção.
• Melhorar a colaboração para reduzir erros e aumentar a capacidade de resposta de várias partes interessadas, incluindo fornecedores, distribuidores, fabricantes e varejistas.
Conforme as empresas iniciarem suas transformações digitais na cadeia de suprimentos, elas precisarão de um roteiro de vários anos que englobe infraestrutura física (depósitos, fábricas, meios de transporte e similares), tecnologias (aplicações de SCM, Internet das Coisas, gerenciamento e análise de dados etc.), processos e talentos. Comece com as etapas a seguir.
Qualquer plano de transformação digital precisa estabelecer uma visão clara ligada às metas organizacionais. Em um nível mais tático, esse plano também deve incluir um inventário de recursos existentes, incluindo funcionários, propriedades imobiliárias e máquinas, bem como aplicações e dispositivos, uma avaliação de como os dados são coletados e analisados e uma avaliação de se a organização tem os talentos certos.
O plano deve levar em conta circunstâncias externas, como tendências de mercado, previsões econômicas globais (como aumentos nos preços dos combustíveis e embargos comerciais) e mudanças no cenário competitivo e na reputação da marca. Identifique ganhos rápidos para mostrar progresso e construir suporte executivo.
Por exemplo, uma empresa pode querer melhorar seu planejamento de demanda permitindo respostas em tempo real a interrupções. Uma dessas interrupções foi o backlog no Porto de Los Angeles e Long Beach de outubro de 2020 a novembro de 2022, que afetou tanto os pedidos recebidos de fornecedores quanto os pedidos enviados aos clientes. Para organizações grandes com milhares de produtos e listas de materiais complexas, foi um grande desafio obter visibilidade do impacto de cada atraso de envio individual. As empresas que foram mais capazes de enfrentar essa tempestade em específico foram as que conseguiram analisar grandes quantidades de dados de logística em tempo real, incluindo informações sobre níveis de estoque, capacidade de produção, prazos de entrega e processos de compras, e agir com base nas notificações sobre opções alternativas.
Não construa sobre uma base quebrada. Se houver deficiências em sua cadeia de suprimentos atual, identifique quais estágios ou processos podem ser aprimorados. As aplicações de SCM baseadas em nuvem vêm com suas próprias práticas recomendadas de processo, aprimoradas e complementadas a cada trimestre, com base em parte no feedback dos clientes. Considere adotar essas práticas recomendadas em vez de tentar personalizar suas práticas legadas, às vezes com falhas. Avalie também os dados da cadeia de suprimentos que você coletou no passado, antes do início do projeto de transformação digital. É necessário prepará-lo e limpá-lo ainda mais antes de adicionar novos tipos de dados e usar novos métodos de análise?
As principais partes interessadas em uma transformação digital da cadeia de suprimentos incluem gerentes da cadeia de suprimentos e depósitos, planejadores de logística, gerentes de TI, profissionais de finanças, gerentes de compras e líderes executivos, e todos eles precisam estar envolvidos desde o início da iniciativa para que possam se beneficiar de sua experiência e adesão. O apoio executivo é o mais importante, começando pelo CEO. Os funcionários precisam entender os objetivos do programa de transformação e se sentir à vontade para assumir riscos e se recuperar do fracasso.
Aplicações e conjuntos de dados isolados e em silos quase impossibilitam que as organizações visualizassem as cadeias de suprimentos de ponta a ponta. É por isso que os pacotes integrados de serviços de cadeia de suprimentos baseados na nuvem executados na infraestrutura de nuvem mais recente são tão críticos. Eles fornecem às organizações visibilidade em tempo real de seus processos de gerenciamento de estoque, gerenciamento de depósito, previsão de demanda, logística e outros processos. Idealmente, cada parceiro na cadeia de suprimentos alimenta regularmente os sistemas com dados sobre níveis de estoque, custos, tempo e outras variáveis, levando em consideração informações sobre clima, greves de mão de obra, safras ruins e outros eventos que podem influenciar a oferta e a demanda.
A definição básica de automação da cadeia de suprimentos é o uso da tecnologia para executar processos da cadeia de suprimentos com zero ou mínima intervenção humana. Os processos que podem ser automatizados incluem pagamento de faturas, planejamento de rotas, geração de determinados relatórios para gerenciamento e acionamento de pedidos de reposição quando o estoque fica abaixo dos limites definidos. A automação mais avançada vem do software de análise de dados que permite que os gerentes da cadeia de suprimentos identifiquem padrões que sugerem uma escassez futura de materiais essenciais ou atrasos no envio.
Os fabricantes estão cada vez mais usando inteligência artificial e machine learning para melhorar a previsão e identificar padrões que possibilitam prever interrupções na cadeia de suprimentos. De fato, 73% dos 200 executivos da cadeia de suprimentos questionados pela consultora EY disseram que estavam na fase piloto ou planejando usar machine learning em 2022, e uma pesquisa da IDC indica que as funcionalidades de IA serão incorporadas em 90% das aplicações corporativas, incluindo aplicativos da cadeia de suprimentos, até 2025 – por bons motivos. As ferramentas de previsão de demanda baseadas em IA, por exemplo, ajudam as organizações a ajustar os níveis e a evitar a falta de estoque. Os gerentes de logística podem usar o software com tecnologia de IA para traçar as melhores rotas de envio, levando em consideração clima, tráfego, construção e outros dados, bem como dados históricos.
O gerenciamento eficaz da cadeia de suprimentos requer não apenas as tecnologias mais recentes, mas também pessoas com as habilidades tecnológicas mais recentes. Essas habilidades são variadas e incluem experiência em manufatura, gerenciamento de pedidos, logística, gerenciamento do ciclo de vida do produto, gerenciamento de depósitos e aplicações de gerenciamento de projetos, bem como instalações com a Internet das Coisas, análise de dados e tecnologias de realidade aumentada e virtual. Um benefício dos serviços baseados em nuvem mais recentes é que eles geralmente são mais fáceis de configurar, aprender e usar do que as aplicações legadas on-premises. Independentemente disso, as organizações precisam priorizar o treinamento contínuo em tecnologias da cadeia de suprimentos e oferecê-lo em diversos formatos – por exemplo, pessoalmente ou através de vídeo ou mídia interativa digital – para acomodar diferentes estilos de aprendizado.
Todos, exceto os fabricantes menores, usam a tecnologia para planejamento e execução da cadeia de suprimentos, mas em um número surpreendente de casos, os gerentes de logística ainda estão executando tarefas manualmente, como enviar planilhas por e-mail e ligar para um fornecedor para pedir informações de entrega. Os primeiros esforços para digitalizar as operações da cadeia de suprimentos focaram em conectar dados de aplicações financeiras a dados em sistemas de planejamento, gerenciamento de depósito e suporte a decisões, com o objetivo de entrega de produtos just-in-time pelo menor custo possível. O que essas tecnologias não tinham, no entanto, era a capacidade de combinar outros dados multifuncionais, como dados de estoque, pedidos e remessas, e a capacidade de descobrir as causas dos problemas e prever interrupções na cadeia de suprimentos. Os sistemas de gerenciamento da cadeia de suprimentos do futuro integrarão dados de toda a empresa, incluindo finanças, estoque, fornecedores terceirizados e clientes, e usarão esses dados para tornar a cadeia de suprimentos mais eficiente e reduzir custos.
A Mazda Motor Logistics, que distribui carros e peças da Mazda na Europa, não tinha visibilidade em tempo real desses envios, dificultando a garantia de entregas pontuais. A solução da empresa era reunir duas aplicações Oracle: o Oracle Fusion Cloud Warehouse Management para a descarga, preparação e carregamento de mercadorias, e o Oracle Fusion Cloud Transportation Management para gerenciamento de transporte e planejamento de carga de contêiner.
A Mazda Motor Logistics agora tem visibilidade desde o pedido de carros e peças até a entrega, e a equipe de exportação pode ver reservas de transportadoras, faturamento e cobrança em um único lugar. Eles também eliminaram as planilhas de seus processos. E ao adicionar o Oracle Product Hub, eles podem gerenciar de forma centralizada todos os dados mestre de produtos, com um fluxo de aprovação entre os departamentos. Fazendo a automatização das partes do processo de pedidos e entrega, a empresa conseguiu transferir as pessoas para as funções de atendimento ao cliente.
A transformação digital da cadeia de suprimentos começa com o alinhamento de todos os processos e dados em uma plataforma, automatizando processos essenciais e utilizando tecnologias como inteligência artificial, machine learning e IoT para coletar e analisar grandes quantidades de dados para identificar, prever e evitar problemas. O Oracle Fusion Cloud Supply Chain & Manufacturing oferece módulos que abrangem todos os estágios do ciclo de vida da cadeia de suprimentos, incluindo planejamento, manufatura, gerenciamento de estoque, atendimento de pedidos e entrega. E como esses módulos fazem parte da Oracle Cloud, eles são integrados, fáceis de aprender e simples de usar. Um novo recurso interessante é a adição de modelos de machine learning ao Oracle Transportation Management, que pode usar os dados históricos de transporte de um fabricante e informações em tempo real sobre os fatores de risco atuais – por exemplo, se for feito backup de uma porta principal ou um canal for bloqueado – para fornecer opções alternativas para entrega de produtos. Os fabricantes podem obter uma visão por pedido do impacto de uma lentidão e alterar os planos de entrega.
Por que a transformação digital é importante no gerenciamento da cadeia de suprimentos?
A transformação digital do gerenciamento da cadeia de suprimentos é importante porque permite que os fabricantes utilizem IA, robótica, Internet das Coisas e outros avanços tecnológicos, ajudando-os a aprimorar suas operações, reduzir custos e obter melhor visibilidade.
Qual é o maior desafio na transformação digital da cadeia de suprimentos?
Em uma pesquisa realizada pelo Peerless Research Group, os líderes da cadeia de suprimentos identificaram seus três maiores desafios como alcançar um excelente atendimento ao cliente, conter custos e melhorar a logística para aumentar a eficiência e a produtividade.
Quem normalmente conduz a transformação digital em uma organização?
Os esforços bem-sucedidos da transformação digital geralmente são conduzidos por equipes de liderança sênior, incluindo CEO, CFO, CTO e CIO. Algumas organizações têm equipes de transformação digital para toda a empresa, incluindo funcionários cujos trabalhos mudarão como resultado desses programas.
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